terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sevilha (para além da fronteira) - parte 1

Foram sem dúvida umas férias recheadinhas de histórias e histórias para contar!

Admito que não sou lá muito boa a conseguir manter este blog VIVO! Mas talvez seja apenas o meu estilo de bloggista...e assim, creio que gostaria de começar pelo fim das minhas aventuras de Verão:


07/08 de Setembro


Sevilha - Oh! a cidade que deslumbra entre mil e uma paredes de história e cultura infindável . É a cidade que permanece e relembra a cada esquina os tempos passados de uma aventura ainda por descobrir! Uma verdadeira máquina do tempo, melhor dizendo! Nada nesta cidade desaponta para os verdadeiros amantes de arquitectura e arte antiga. As ruelas quase que estendem seus braços, como se desejassem envolvermo-nos num misticismo e ambiente acolhedor.

Parei, e observei as pessoas que se sentavam em esplanadas – 3:00 pm – hora do almoço, quase que me apeteceu sentar-me ao pé delas...só não o fiz por mera cortesia, e pois claro, também por o meu relógio biológico estar acertado ao de Portugal! Bom, mas não foi bem assim que começou a minha aventura...e portanto talvez devesse mesmo começar pelo início:

Como se sabe (ou pelo menos como se devia saber), chegar a Espanha não é propriamente pêra doce, ainda são algumas valentes horas de viagem para quem opta ir de carro (aproximadamente 6 horas). Portanto, tendo em conta que Sevilha é uma cidade plenamente rica e grandemente publicitada em termos do que tem para oferecer ao bom turista, e considerando também a sua boa localização geográfica – isto é, ficar bastante próxima da fronteira de Portugal, apercebi-me que seria um óptimo lugar para ir dar um saltinho antes de começar o meu estágio na faculdade. Decidi também levar os meus pais nesta viagem...e creio que o meu primeiro erro foi, de facto, reservar (tal como tinha feito em França), alojamento numa pousada de juventude! Não, porque a pousada era má de todo, aliás, dentro dos meus padrões considerei ser uma das melhores pousadas de juventude que alguma vez tive a oportunidade de pôr os pés! Mas obviamente por ter como companhia os meus pais, que já não são propriamente jovens...e o contraste era evidente! Dois senhores já com uma certa idade no meio de uma carrada de jovens de toda a parte do globo...claro que a melhor metáfora para descrever o desconforto que os meus pais provavelmente sentiram naquilo tudo, seria imaginar dois flamingos no meio de uma carrada de esquilos – pensando melhor, talvez não seja de facto a melhor metáfora para descrever a situação – mas foi certamente um momento constrangedor.
A pousada, por outro, tal como já tinha expresso, considerei ser um verdadeiro tesouro para qualquer “Jovem” que decida por lá o pé! Chama-se:



Os preços são absolutamente aceitáveis já como pequeno almoço incluído, tem óptimos aposentos:
terraço, internet, uma cozinha e recheado de pessoas interessantes para conhecer. O único senão é talvez conseguir dar pelo sítio, já que fica em ruelas escondidas e perfeitamente estreitas, mas nesses casos, nada melhor que perguntar a um Sevilhano! Eles não percebem nada de Português, e quando eles dizem que percebem Inglês, na verdade eles não percebem! Mas é só puxar um pouco pelo nosso “Portinhol”, que eles prontamente se oferecem para indicar caminho – mas lembrem-se que “Direito”, significa “Em frente” (aprendi isto da pior forma), e pronto é uma das pousadas que recomendo! Para além de ficar bastante perto do local onde fazem guias turísticos naqueles autocarros vermelhos enormes. É só perguntar na pousada pelo local, e eles dão o mapa e indicações...não há nada que enganar, é só atravessar uma ponte e fica mesmo ao pé da primeira atracção turística:

A Torre de Ouro


Foi neste mesmo local que decidimos apanhar um autocarro turístico para facilitar o nossa visita por Sevilha, foi um bocado para o "carote", mas julgo que acabou por compensar! Aliás porque tinha paragens nos centros turísticos mais importantes, faziam guias pedestres e o serviço era de 24 horas (incluindo tours de noite), com a oferta de mais um dia.

Quanto a um dos acontecimentos que mais me marcou enquanto estive em Sevilha, creio que foi assistir a um acidente profundamente absurdo, mesmo ao pé da Torre de Ouro ou Torre del Oro (como dizem os espanhóis). Tinha acabado de atravessar a passadeira, e estava à espera dos meus pais que se encontravam do outro lado da estrada. Estes devido ao seu relativo passo mais lento, não conseguiram passar a tempo do sinal verde para os peões. De repente, quando já só faltavam 5 segundos para o mudar o verde para os peões atravessarem, apareceram três turistas que decidiram descaradamente fazer um "sprint" pela passadeira em pleno movimento rodoviário, como uns "cowboys" malucos!! E eu, a ver quase tudo em câmara lenta, pensei mesmo que aqueles três iam morrer mesmo ali à minha frente enquanto assistia a tudo. O resultado não podia ser bom, pois os carros iam mesmo a uma grande velocidade. E foi assim, que o primeiro carro travou mesmo à frente deles, centímetros de os atingir, alías era uma carrinha branca bastante grande – naquele momento, eles deviam ter pensado – “É pá, foi por pouco!”...mas não foi! Assim que eles passaram pela carrinha branca, uma mota que vinha a grande velocidade, não os tinha visto, devido à carrinha que os estava tapar, e quase que chocou contra eles! Só não o fez , porque desviou-se repentinamente (quase como um impulso) ao ponto de derrapar pela estrada abaixo! Vi a mota a derrapar-se e a cair em cima do condutor, e vi os anormais daqueles turistas, que em vez de o ir ajudar e certificar-se que ele estava bem, iam a correr desalmadamente para não se terem que responsabilizar pela situação. O homem da mota podia estar gravemente ferido, o condutor permanecia sem se mover no chão, podia até estar inconsciente – mas nada disso importava para os sacanas cobardes que decidiram dar o pé, mesmo antes de se certificar que aquele homem que lhes tinha acabado de salvar a sua vida e comprometer a sua, ao não os atropelar, estava bem. Teve que ser com a ajuda de outros grandes homens que também acabavam de observar a cena e sair do choque para ajudar a tirar a mota de cima do homem. O condutor estava obviamente ferido, e a mota danificada, para além de ele estar profundamente atordoado e confuso. Ele perguntava a toda a gente, mas quem foi?! E eu sabia quem tinha sido, porque eles ainda estavam a correr...fui ter ao pé do condutor e apontei para os sujeitos! O senhor ficou completamente pocesso, aliás como não poderia deixar de ser!
E gritou-lhes: Hiros da P#%”#/$)!, uma data de vezes, até a policia ter vindo ao local! Este incidente aconteceu mesmo no início da tarde...foi muito estranho para mim, ter continuado com a minha visita por Sevilha depois daquele acontecimento traumático. As imagens continuavam a repetir-se continuadamente na minha cabeça...e eu continuava a ver aqueles três parvalhões a fugir! Mas ensinou-me uma coisa bastante importante: “Nunca, mas nunca atravessar num vermelho!” É terrível aquilo que pode acontecer, principalmente em câmara lenta, ao vivo, centímetros à minha frente! Devo dizer que voltei de Sevilha uma pessoa diferente!
Mas voltando à visita, não posso deixar de referir os maravilhosos centros turísticos que valem mesmo a pena dar uma olhada, nomeio alguns :

A Plaza de España, claro!

La Giralda
























Palácio de San Telmo


E a tão publicitada Isla Mágica:






tentei compactar as melhores fotos numa só, por economia de espaço, e por este post já se estar a tornar absurdamente longo, que duvido que alguém tenha mesmo a paciência de ler isto até ao fim.

Mas veredicto final sobre a Isla Mágica é que não é tão boa com fazem parecer, contudo, para minha grande surpresa metade das pessoas que frequentava aquele local parecia ser Portuguesa ou pelo menos falavam Português! Isso explica o mapa da Isla Mágica estar escrito tanto em Espanhol como em Português...mas um aviso: não tentem falar com os funcionários do local em Português e muito menos em Inglês! Eles simplesmente não gostam, vão por mim, foi um drama autêntico pedir uma sandes para o almoço. E o pior é que eu pergunto por alguém que saiba falar inglês e chamam-me um outro senhor que é tão ignorante como o primeiro que nem sequer sabe o que significa “menu”, e que eu saiba, “Menu” nem sequer é uma palavra inglesa!

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