quinta-feira, 26 de junho de 2008

Atracção pelo abismo

A primeira vez que ouvi falar sobre este curioso fenómeno, foi através da minha professora de História, que certo dia, numa visita de estudo ao palácio da Regaleira, olha para o fundo de um dos poços que lá existe e diz: - Ai, eu não posso me aproximar muito! Não, não, porque parece que há uma força, bem maior que eu, que me atrai inevitavelmente e me puxa...tenho aquela atracção pelo abismo! Nesse preciso momento, nem eu sabia que existia um nome para esse fenómeno, nem sabia que era partilhado por mais pessoas que não eu. Aliás, sempre havia pensado, que realmente havia qualquer coisa de errado comigo...porque eu não tinha vertigens tal como a maioria das pessoas, mas antes uma espécie de formigueiro nas pernas que me fazia impelir a atirar-me de sítios altos.




Tudo isso pareceu-me um pouco estranho, porque a minha ideia obviamente, não era atirar-me de falésias e acabar com um fim trágico...e basicamente era esse mesmo pensamento que me motivava a manter-me afastada desses sítios, ou de janelas (porque morando no 13º andar, a tentação, por vezes, pode ser muita), sempre claro, com o receio de que ainda poderia fazer algo de imprevisível! Portanto por muitos anos fiquei a pensar porque é que algumas pessoas possuem de facto uma “atracção inevitável pelo abismo”! Seria devido à lei da gravidade? Ou pensamentos suicidas latentes na memória e mascarados pela ambivalência? Poderia ser simplesmente a procura por adrenalina?

Remédio Santo, para essa minha suposta “atracção pelo abismo”:
Este verão quando estava na Coreia, tentei finalmente o Bungee Jumping,

pensei que iria ser “piece of cake”, porque aliás havia sempre me sentido tentada, a querer saltar. O homem que estava ao meu lado disse: - Ok vou contar até três e quando disser 3, tu saltas! Não penses em nada e olha para o horizonte! E eu disse: O quê? Até três? Não posso saltar logo? E ele disse: Ah sim, isso ainda é melhor! E então eu, lá fui, toda lançada, armada em heroína!!! Bem, quando me vi suspensa no ar e vi que não estava a voar, mas antes cair: Gritei, como nunca gritei em toda a minha vida!! Berrei tão alto, que o grito até fez eco nas montanhas, todo o mundo parou para olhar para mim, completamente horrorizados pela minha expressão! Foi completamente de loucos. E em vez de cair com toda a graciosidade, cai a guinchar como um animal! Só ver para crer! O meu tio, que estava a observar a cena toda, ficou bastante preocupado comigo, pensou mesmo que alguma coisa se tinha passado de mal, acho que ficaram todos um pouco assustados – foi incrível!

E assim foi, agora sempre que olho para baixo de um pico mais elevado, não fico com medo, mas também já não me apetece saltar!

Recomendo a todos! É nestas alturas que realmente percebemos, o quão valorizamos a vida.

6 comentários:

Sara M. disse...

lolol
ai só tu. já sabia destas tuas cenas e fico muito mais descansada ctg! :)

epa.. admiro a coragem de saltar naquilo. eu acho q nao conseguia. ou entao ia berrar mm mm mm mtooooo. mas, acho q nao conseguia. tenho medo da corda partir ou de nao estar bem presa ou algo desse genero. eu nao tenho gde atracçao pelo abismo. nao tenho vertigens mas tb nao me sinto la mto bem a olhar para o abismo. prefiro nao passar por isso. :p

bjs
espero q esteja a correr bem a recta final do semestre :)

S.Y.Rodrigues - disse...

ou de ficar entrelaçada no pescoço, lol:)! gostava mm de te ver a saltar! Ainda me lembro do dia em que dissemos à prof. de química que nos íamos suicidar...e no dia a seguir esperamos um bocadinho, antes de irmos para a aula dela, para que ela ficasse preocupada;) ai, bons tempos!!

Sara M. disse...

ai nao me lembro disso lol q maluquinhas q éramos. nao devias por isso aqui. q vergonha pah! :p

S.Y.Rodrigues - disse...

Não te preocupes sara, ninguém vai ler isto;)!!

Anónimo disse...

Quem diz que ninguém lê isto?
Se fosse comigo levavam um tiro ...LOL... o que professora sofre...
recordações ....
ex prof de filosofia

S.Y.Rodrigues - disse...

Ou pelo menos não era suposto ninguém ler isto...mas não faz mal a Sara perdoa, e a professora eventualmente também;)